domingo, 29 de janeiro de 2012

Jadson: 'Em outro país, teria ido antes para a seleção'

Pouco conhecido ao deixar o Atlético-PR em 2005 rumo à Ucrânia, Jadson voltou ao País neste ano com o status de jogador de seleção brasileira. A trajetória do meia até ser contratado pelo São Paulo a peso de ouro, no entanto, foi mais demorada. Ele lembra que se aventurou no Leste Europeu numa época em que os clubes da região eram considerados um sumidouro de craques.


Na Ucrânia, Jadson ganhou três campeonatos nacionais, mas foi preciso conquistar a Copa da Uefa (hoje Liga Europa) em 2009, o segundo principal torneio da Europa, para que o reconhecimento internacional, enfim, viesse. Em entrevista ao Estado, ele diz que cansou das dificuldades enfrentadas no antigo país e garante que o Leste Europeu pode, além de resolver o lado financeiro, alavancar carreiras, mas apenas de quem estiver disposto encarar os desafios da adaptação.

Após 7 anos na Ucrânia, acha que o Leste Europeu foi um bom lugar para ter iniciado a carreira?

Na época que eu fui ninguém conhecia os clubes ucranianos. Mas acho que hoje está melhor, as equipes de lá têm grande estrutura. Há vários atletas que atuam lá que acabam chamados para a seleção, quando conseguem disputar campeonatos importantes como a Copa dos Campeões e a Liga Europa.

Acha que em outro país europeu teria ido antes para a seleção (a 1ª convocação foi há um ano)?

O campeonato ucraniano não é muito divulgado, mas como disputamos até a Copa dos Campeões eu apareci um pouco mais. Se estivesse num campeonato mais visado as chances de eu ser chamado antes seriam maiores. Mas foi uma experiência fantástica mesmo assim.


Em que aspecto?

Aprendi muita coisa nesses sete anos de Ucrânia. Tinha um técnico que me ensinou as diferenças do futebol europeu, dando dicas de como jogar lá. Aprimorei muito a questão da disciplina, pois lá eles trabalham bastante a parte tática. Eu, mesmo como meia ofensivo, tinha sempre que voltar para marcar e sair jogando de trás. Aqui os jogadores têm mais espaço, podem jogar mais soltos.

Você aceitou receber menos para vir para o São Paulo. Qual a principal motivação para voltar?

O que pesou foi a minha vontade, do meu filho, da minha mulher. Já estava no momento de meu filho estudar em um colégio daqui e ter amigos. Lá isso não acontecia.

Qualquer atleta consegue se adaptar ao Leste Europeu?

Acho que se tiver motivação e for para lá com o pensamento fixo é possível, mas viajar pensando em voltar é bem difícil. Se pensar em fazer uma carreira sólida e estiver disposto, é possível esquecer as dificuldades e conquistar muitas coisas por lá.

Já sentiu diferença no assédio?

Senti aqui um carinho muito grande, semelhante ao que eu tinha lá. Isso me deixou feliz e mais confiante para estrear.

O Leão disse que você só estreia quando estiver 100%...

Acho que o Leão está certo, até prefiro chegar com calma e treinar forte para já começar na minha melhor forma.

A escassez de camisas 10 no País facilita as coisas?

O futebol brasileiro tem grandes jogadores que fazem a mesma função que eu. Tenho é que me destacar pelo São Paulo para continuar a ser lembrado na seleção.

Fonte: Estadão

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